segunda-feira, 10 de maio de 2010


Gerês, próximo da Portela do Homem


Cedo percebi que os pregadores-pelo menos os que a intuição me dizia serem dignos desse nome-, aos conceitos profundos sobre os temas sagrados preferiam os problemas terrenos, naturalmente os predilectos do comum dos mortais, não evitando com frequência as críticas, mal veladas ou deliberadamente transparentes, aos costume e abusos dos poderosos, à fraca licenciosidade de uns e à detestável hipocrisia de outros, apostrafando com violência os culpados dos males da nossa sociedade, e fazendo-o de tal forma aguda e perspicaz, algo imprevista na sua qualidade de homens recolhidos e meditativos-alguns deles, em todo o caso, broncos e malévolos como os mestres que me haviam destinado-, que mais pareciam politicos defendendo partidos do que representantes de Deus sobre a Terra, como todos, aliás, se consideravam.

Évora e os dias da guerra, Mário Ventura


Ah!, e o Benfica é campeão, que esquecimento o meu. Imperdoável.

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