
Alvão
Grande discurso de Cavaco Silva, como já nos tem habituado. Não o ouvi ontem, na comunicação ao país, apenas o li hoje no sitio da presidência. Tudo nos empurra para a rama das coisas. Os assuntos não são debatidos com ponderação e seriedade; das ideias o que importa não é o seu significado mas as reacções dos comentadores políticos de serviço ou as entrevistas em tempo real ao cidadão comum, sentir o "pulsar" à opinião pública. Não interessam as razões da promulgação (o evitar o desgaste das energias nacionais num tema que, embora seja importante em termos teóricos, apenas contenta alguns), apenas interessa "esmiuçar" o duplo ou triplo sentido do que foi dito. Quem não se apercebe da verdadeira realidades do país arrisca-se a que decidam por si. Não se trata apenas do aumento dos impostos, sempre nos de rendimento mais baixo, porque são fontes de receita garantidas, do desemprego que aumenta, da perda de soberania e identidade com o nascimento de portugueses na nossa vizinha Espanha, a troco da poupança de uns miseros euros (é evidente que a questão politica não é a poupança mas sim a "segurança" do parir, como se o parir não fosse o acto mais natural do mundo, sendo necessário existirem todo o tipo de equipamentos na sala de partos, não vá o diabo tecê-las...), mas da desilusão que grassa a nível nacional com o desencanto de quem vive espoliado de uma parte do seu trabalho sem ver os frutos devidos.
A sua chamada de atenção:
Os Portugueses recordam-se, certamente, de que na minha mensagem de Ano Novo alertei para o momento muito difícil em que Portugal se encontra e disse mesmo que podíamos “caminhar para uma situação explosiva”. E disse também que não é tempo de inventarmos desculpas para adiar a resolução dos problemas concretos dos Portugueses.
concerteza não foi entendida na sua essência. Aproximam-se tempos explosivos.
Quanto ao assunto, em si, o casamento gay, prefiro não comentar, de tão irrelevante que é o assunto. Que sejam felizes.
Em contraste, a entrevista do nosso primeiro foi do mais confrangedor e comezinho que se possa imaginar. Entrevistadores sem coragem para perguntar o essencial; um 1º ministro a tentar vender uma ideia de Portugal na linha da frente em termos tecnológicos, chutando os problemas essencias do país para segundo plano. Enfim, aguardemos dias melhores no futuro (a longo prazo) porque os dias que se avizinham são de miséria.